domingo, 30 de março de 2014

Caleidoscópio




Queria voltar a escrever pra desafogar o peito... Queria ser leve e desenvolver aquela fluidez impassível cotidiana que parece tão simples para algumas pessoas...


Mas a verdade é que melancólica, em tudo me envolvo. Por mais que me esforce por forjar escudos e produzir carcaças, pra me defender da vida e de todos... Meu peito se abre.


E se há misérias eu sinto, e se há maldades eu sinto, e se é injusto eu sinto. E se você quer tripudiar e ser sádico aproveite, eu sinto!


E se não há como ser diferente tudo bem. Aceito e reúno meus cacos, eles sempre se refazem num novo mosaico. E o que você vê? Qual forma? Bela, suave, pateta, gentil, triste, profunda... Gire mais uma vez o cilindro, qual a minha forma?


Até quando um todo pode se quebrar? Quanto mais e mais forte é preciso pra que se fragmente de vez em pedaços mínimos. Pra que o vento leve? Pra que seja leve? Pra que não sinta mais?

sábado, 14 de dezembro de 2013

Conto Budista: O Monge e o Escorpião

Durante uma forte chuva, um monge precisava atravessar o rio. Um escorpião flagelado lhe pediu socorro. Os amigos deste monge alertaram:

- “Deixa ele se afogar, quando você terminar de ajuda-lo ele vai te picar”!

O monge, comovido com o drama do escorpião, resolveu atravessar o rio e o levou em suas mãos, mas tão logo chegaram à outra margem, o escorpião, vendo-se salvo, não cumpre sua promessa, pica o braço do bondoso homem e desaparece em seguida. Indignados, os amigos daquele monge perguntaram:
“Por que ajudou essa criatura vil?”

O monge respondeu sereno:
“Ele age na natureza dele e eu na minha!”

É natural uma pessoa ingrata, agir com ingratidão; é natural uma pessoa bondosa, agir com bondade.


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Em verdade mesmo, não há como fugir da nossa essência... o que somos lá primeiro, lá no íntimo... vou seguindo, reclusa, crédula, sorridente, e me frustrando por isso mesmo... o mundo é mau pica-pau! Mas vamos seguindo cada um com sua contribuição, substância, sua essência... continuemos.

sábado, 9 de março de 2013

Preciosa

Filme angustiante, preciso e sem aquele sentimentalismo barato.

Como disse Claireece à assistente social: vc não dá conta do meu problema.

O filme retrata uma realidade chocante sem pieguice, sem esperanças utópicas.

Gostei bastante.


quinta-feira, 7 de março de 2013

As 4 Leis da Espiritualidade ensinadas na Índia

-A primeira diz: “A pessoa que vem é a pessoa certa“.

Ninguém entra em nossas vidas por acaso. Todas as pessoas ao nosso redor, interagindo com a gente, têm algo para nos fazer aprender e avançar em cada situação.

- A segunda lei diz: “Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido“.Nada, absolutamente nada do que acontece em nossas vidas poderia ter sido de outra forma. Mesmo o menor detalhe. Não há nenhum “se eu tivesse feito tal coisa…” ou “aconteceu que um outro…”. Não. O que aconteceu foi tudo o que poderia ter acontecido, e foi para aprendermos a lição e seguirmos em frente. Todas e cada uma das situações que acontecem em nossas vidas são perfeitas.

-A terceira diz: “Toda vez que você iniciar é o momento certo“.Tudo começa na hora certa, nem antes nem depois. Quando estamos prontos para iniciar algo novo em nossas vidas, é que as coisas acontecem.

-E a quarta e última afirma: “Quando algo termina, ele termina“.Simplesmente assim. Se algo acabou em nossas vidas é para a nossa evolução. Por isso, é melhor sair, ir em frente e se enriquecer com a experiência.

Não é por acaso que estamos lendo este texto agora. Se ele vem à nossa vida hoje, é porque estamos preparados para entender que nenhum floco de neve cai no lugar errado.



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Tá aí uma bela maneira de interpretar nossas relações e cotidiano... Bom dia!

sábado, 20 de outubro de 2012

Retomando o Blog!!

Em breve novos textos meus...
Mas enquanto a inspiração não vem, enquanto não transformo as palavras em sentimento, beleza, riso ou desabafo, deixo vcs com um dos mestres:

Livros
Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo
Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura
Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou – o que é muito pior – por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:
Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas
(Caetano Veloso)
 
 

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Em busca da bonança

 
Prefiro as dores físicas... 
Essas outras: angústia, tristeza, falta de esperança...
 
Acabam comigo... me deixam doente...
 
Não consigo nem dizer o quanto estou triste!
 
Esperando fases melhores...
Pra mim e para essa família.
Que possamos aprender significados sobre empatia, espírito coletivo e fraternidade...
Que saibamos juntar nossos cacos e formar o mosaico que somos...
Que possamos aprender com a nossa dor e saber acolher o sofrimento do outro...
Que renasçamos como a fênix dessa conduta obsoleta, pútrida e fétida que nos encontramos agora...
Que possamos ser melhores!!!
...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Derrepente... me perdi!!!

A vida e suas ondulações.... seus altos e baixos...
Ok, me formar na faculdade e começar a trilhar um caminho, uma carreira... pensei.

E certo que até concluir a graduação muitas coisas aconteceram... 

Tranquei por um ano... lutei dia a dia pra recuperar minha saúde física e aprimorar minha inteligência emocional nesse ano que foi um divisor dessa existência... 

Hoje me lembro desses dias com muita nostalgia... minha energia inabalável, meu otimismo... tão pedante, tão irritante, tão convicto! Que até Pollyanna Whittier soaria pessimista... Mas enfim, naquele momento, toda aquela enxurrada de positividade fazia sentido pra mim...

Por sua vez, finalmente recuperada.... Voltei ao curso, e o conclui, com louvor! Diga-se de passagem...
Já nos últimos meses próximo a colação me perguntava se tinha feito uma boa escolha... 

A História acrescentou muito a mim como formação pessoal.... mas como usar esse conhecimento profissionalmente? Já nos últimos estágios estava convencida de que não tinha aptidão docência. Eu sou da participação sabe? Eu falo baixo... Eu não quero ser lider de nada... a autoridade não me interessa... 

E as modernas metodologias didáticas que me desculpem... os senhores Paulo Freire e Jean Piaget que me desculpem!!! Mas um professor com 40 alunos numa escola pública, precisa agir com muita energia e autoridade! Não quero isso... Não obrigada! Passo adiante...

O que fazer com mais de quatro anos de estudo? Restauração, Arquivos, Museus, Pesquisas? Sim ótimo, me interessa... me mostre como? Não vejo um caminho razoavelmente viável... Se alguém souber é só dizer, estou pronta!

Mas enquanto isso as dúvidas se multiplicam: A psicologia ainda bate ao meu coração... Como no primeiro vestibular que fiz... Será que deveria ter insitido? não sei...
 Então temos:

Fazer uma pós? ok. Em quê? História? outra área?
Puxar o fôlego e fazer outra graduação, dessa vez psicologia? E torcer pro universo conspirar ao meu favor? Sinceramente não sei se posso...
Esquecer minhas limitações e frustrações com o ensino e ministrar aulas mesmo assim?

Há dois condutores essenciais para viabilizar qualquer dessas possibilidades: Dinheiro e  Tempo... E a realidade pura e triste é que não disponho de nenhum deles... 

Enquanto isso, como dizia o poeta, o tempo não pára... já estou com 28 anos... 28!!! Este é o momento de ter um plano bem elaborado e seguir por ele afim de consolidar um ofício... O tempo justo pra indagações já se foi...   

Tic tac, tic tac... No meio da encruzilhada, estou agachada, as mãos na nuca, antebraços tapando os ouvidos... Não sei... não sei.... 

A convicção se foi... o otimismo se foi... o dinheiro? Há muito tempo se foi... 


Não sei...




Não sei...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sem Forças



Os ciclos continuam...


Estou em cima, estou em baixo, num instante otimista, no outro convicção niilista do mundo...


Eu pensava que já tinha me libertado disso, que finalmente tinha encontrado uma maneira para lidar com o pior de mim... meu pessimismo, minha auto-piedade desprezível.


Ledo engano o que aprendi foi protelar esses sentimentos um pouco mais, observando agora foi mesmo uma façanha! Estive em êxtase de bom-humor, alegrias e sorrisos por um bom tempo... mas a boca começou a doer, o sorriso vem se amarelando... e essa euforia, agora, me parece mais com uma ditadura da felicidade...


Os fantasmas regressam... o mesmo vazio sufocante volta a me abraçar...


Os ciclos, sempre eles!!! É certo que retorno a um ponto soturno, ermo e vazio da minha vivência...


Mas voltar não significa um determinismo que reproduz as mesmas angústias, e essa é a boa notícia, eu mudei e minhas dores também... de certa forma há dentro de mim agora a convicção de que esse momento é tributável e passageiro.


Pois aqui já estive, algumas vezes... mais retornos do que quero me lembrar... mas dessa vez volto diferente por que recentemente também já estive no topo colorido,no fim do arco-íris, doce repleto de palpitações, de esperança, de júbilo...


Já estive lá também... uma vez apenas... mas fez toda diferença... pois retorno mudada á minha conhecida angústia opressora... eu a encaro agora com certo ar elevado... matei a charada, se revelaram as possibilidades...


Pela primeira vez sei que a aflição é passageira...


A ascendência logo vem...


No entanto espero que não demore muito...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Nunca?

Três anos se passaram...
A ausência permanece...
A dor permanece...
Ela nunca mais soube amar.
Ela nunca mais sentiu um palpitar.
Desaprendeu a beijar.
Não sabe como acreditar.
Não vê por onde continuar.
Perdida, com seu sentimento concretado.
Perdeu o tino, perdeu o viço...
Se quebrou...
Nunca mais o verá.
Nunca mais a loucura...
Nunca mais o topor...
Com a certeza de que era amor...
Chora, sofre, aceita...
Ás vezes reza:
Tomara que o nunca não exista...