domingo, 30 de agosto de 2009

Dança da Chuva

(Paulo Leminski)

senhorita chuva
me concede a honra
desta contradança
e vamos sair
por esses campos
ao som desta chuva
que cai sobre o teclado

parem
eu confesso
sou poeta

cada manhã que nasce
me nasce
uma rosa na face

parem
eu confesso
sou poeta

só meu amor é meu deus

eu sou o seu profeta


um dia
a gente ia ser homero
a obra nada menos que uma ilíada

depois
a barra pesando
dava pra ser aí um rimbaud
um ungaretti um fernando pessoa qualquer
um lórca um éluard um ginsberg

por fim
acabamos o pequeno poeta de província
que sempre fomos
por trás de tantas máscaras
que o tempo tratou como a flores

Um comentário:

  1. ahhh!
    ja tive tantos blogs.:P
    hihihihi..mas tudo bem.
    boa sorte com o seu primuxa.:D
    amo oce!s2
    bjuUu

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