quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Do ócio ao tédio

Sabe aquele dia? Que nem um red bull te dá asas? Que você se sente um gordão de 300 quilos? Aquele fardo, as juntas doem, até respirar parece difícil? Sei o que isso significa, posso até dizer, mas só se for devagar, pausadamente: Pre-gui-ça...
É isso aí. Hoje eu não quero nem existir... tudo que ia fazer hoje vai ser só isso mesmo, ia... eu troco, eu passo... só por hoje... Ver um filme meia boca na sessão da tarde (melhor forma de celebrar esse dia perdidão) e... só...
Começa o filme, dez minutos depois começa também uma ventania...
Há não!! Chaac resolveu trabalhar no dia que elegi como a data do completo ócio. A luz começou a piscar, desanimada desliguei a tv, dois minutos depois a luz acabou.
Ora bolas, o que fazer agora? Fui pra varanda olhar a chuva que ventava pra lá e pra cá... recebi o seu frescor agradecida, minhas plantas pareciam estar felicíssimas com o acontecimento... a sensação de frescor estava se alterando pra úmida e em pouco tempo seria ensopada...
Entrei em casa... O que fazer?
O que fazeeeeeeerrrr???
Hi...
Lá vem ele... o vazio... pra despistá-lo peguei o livro que estou "lutando" pra terminar... é!! isso mesmo... vou adiantar essa leitura, daqui a pouco essa luz volta e tudo bem. Eu li, eu li e li mais um pouco... já estava ficando escuro... cansei do livro... larguei ele de lado... e agora?
O Sr. Vazio me olhando de esguelha...
...
tomei um banho frio...
cantei uma música...
deitei no sofá e fiquei olhando pro teto...
enchi a boca de ar e fiquei fazendo barulhos estranhos: ppprrrrr....bxiiiii.... frrruuuuurrr
Liguei pra cemig falei com uma máquina que me disse "sua solicitação foi registrada. Muito obrigada por ligar..." respondi pateticamente: por nada.
E passa o tempo...
...
Um silêncio constrangedor preenche o Sr. Vazio, não sei qual dos dois é mais desagradável...

Minha cabecinha pensante começou com seus frequentes devaneios:
Por que é tão difícil ficar SOMENTE consigo? Por que essa inquietação? Essa aflição?

Pensei...

Ausente das distrações da tecnologia despertamos nossa percepção... o tempo se expande, o prisma se desloca e observamos, verdadeiramente, nossa existência... ok. Mas por que isso incomoda? Por que não gostamos "de não poder fazer nada"? Bom, eu acho que é porque entrar em contato com você mesmo, não é fácil, dá trabalho! descobrir o que se é... separar o que se gosta do que se é de fato, sabe?
Eu pelo menos não acho fácil... se alguém tiver uma fórmula simples por favor me diga!!!

E lá estava eu... no escuro... procurando por mim... dá trabalho... cansa!!!! Foi me dando sono...
Pluft!!! Dormi... amanhã a velocidade caótica da ciência já terá voltado... não terei esse ambiente propício pra encontros tão íntimos... que pena!!!

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