sábado, 21 de novembro de 2009

Era uma vez: a Carência e a Consciência

Era conhecida como Carência.

Gentil, bondosa, mas, também acanhada e insegura.

Quem a conhecia de perto sabia que ela era realmente incrível, interessante, agradável e inteligente... Mas tinha algo que a limitava, que bloqueava toda essa luz que a radiava... era o medo e uma obsessão nada saudável de ser condescendente. Ela queria balizar com todos a sua volta, evitar qualquer opinião conflitante a seu respeito.

Devido a essa conduta, Carência era um conjunto de Paradoxos: Quando generosamente sorria, seu sorriso, sua risada, inebriava os que estavam ao seu redor... mas seu semblante era naturalmente tenso, como se vivesse em alerta. Quando abria os braços para abraçar um amigo ela abraçava de verdade... Mas seus ombros eram ligeiramente curvados para frente, essa postura fazia-a parecer menor.

Enfim, era um Puma exuberante na pele de um gato doméstico...

ela se encolhia...

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Consciência viva seus dias com leveza...
ela se conhecia, se aceitava e se aprovava e isso a bastava.
Sabia das dificuldades e procurava um bom meio de lidar com elas... conhecia seus limites e sempre que possível tentava expandi-los.

Leveza, Leveza, Leveza... caminhava quase flutuando, sorria muito e aproveitava todo pequeno e grande momento do seu dia: o sol brilhante, um sorvete gelado e doce, uma joaninha que atravessou o seu caminho, uma nova amizade... Pois Consciência sabia que neste Planeta maravilhoso e diverso cada segundo é uma oportunidade de aprender, conhecer ou se renovar...
Uma analogia pra definir Consciência?
Hum... deixa eu ver...
hum...
não melhor não...
Ela era ela mesma e da melhor forma possível...

Um dia Consciência encontrou Carência... e com sua sensibilidade marcante logo Pensou:
Nossa! que jovem amável e simpática!

Ficaram amigas, Carência admirava Consciência, por sua vez Consciência amava sinceramente sua nova amiga e queria ajudá-la a desenvolver seus potenciais... até quanto? bom não posso mensurar pois para Consciência nem o céu é o limite...

E muitos dias passaram...

Carência viveu, aprendeu, assimilou, se conheceu, se aceitou e se aprovou...

E descobriu, com a ajuda de Consciência, que a outras maneiras de viver e que algumas delas são realmente muito boas...

"Carência anda mudada"- todos diziam.
"E mudou pra melhor..." todos diziam.

E mudou mesmo Carência, brilhava, expandia-se e se fortalecia... e em um momento percebeu o quanto seu nome era agora inadequado, resolveu trocar...

Seu novo nome: "É".

Afinal ela Era e da melhor forma possível...

E isso lhe bastava.