sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Até daqui a pouco...

Estou em um momento de suspensão...
Existem atividades que canalizam muitas energias...
e minha monografia tem desempenhado esse papel...
estou atolada em textos e teorias...
é sofrido, cansativo e angustiante...
E também é instigante e recompensador...
tudo na mesma medida...
é gostoso sofrer... kkkkkkk
nesse sentido é claro...
Então vou indo por essa empreitada...
por isso as linhas desse blog estão tão parcas...
estou empenhada em outras linhas...
mas já já volto...
inspirada e aberta a descrever os prazeres simples...
a expor minha visão de mundo...
a escrever apaixonada e descompromissadamente...
então é isso...
vou ali... e já volto...
té mais...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Parando um momento pra perceber a Beleza

Olá...
Estou lendo um livro de crônicas...
Acho o gênero fascinante, pois mostra como o cotidiano, o banal, o simples podem ser belos...
Estou lendo... E algumas são tão bonitas que não conseguiria guardar só para mim...
Então vou colocar aqui...
Degustem:



A arte de ser feliz


Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos
dias límpidos, quando o céu ficava da mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa e sentia-me completamente feliz.

HOUVE um tempo em que a minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? Quem as comprava? Em que jarra, em que sala, diante de quem brilhariam, na sua breve existência? E que mãos as tinham criado? E que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê-las? Eu não era mais criança, porém a minha alma ficava completamente feliz.

HOUVE um tempo em que minha janela se abria para um terreiro, onde uma vasta mangueira alargava sua copa redonda. À sombra da árvore, numa esteira, passava quase todo o dia sentada uma mulher, cercada de crianças. E contava histórias. Eu não podia ouvir, da altura da janela; e mesmo que a ouvisse, não a entenderia, porque isso foi muito longe, num idioma difícil. Mas as crianças tinham tal expressão no rosto, a às vezes faziam com as mãos arabescos tão compreensíveis, que eu participava do auditório, imaginava os assuntos e suas peripécias e me sentia completamente feliz.

HOUVE um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim seco. Era uma época de estiagem, de terra
esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre homem com um balde e em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

MAS, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e
outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.



Cecília Meireles

(Quadrante 1, 1962)

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Pequenas Epifanias

Há alguns dias, Deus — ou isso que chamamos assim, tão descuidadamente, de Deus —, enviou-me certo presente ambíguo: uma possibilidade de amor. Ou disso que chamamos, também com descuido e alguma pressa, de amor. E você sabe a que me refiro.

Antes que pudesse me assustar e, depois do susto, hesitar entre ir ou não ir, querer ou não querer — eu já estava lá dentro. E estar dentro daquilo era bom. Não me entenda mal — não aconteceu qualquer intimidade dessas que você certamente imagina. Na verdade, não aconteceu quase nada. Dois ou três almoços, uns silêncios. Fragmentos disso que chamamos, com aquele mesmo descuido, de “minha vida”. Outros fragmentos, daquela “outra vida”. De repente cruzadas ali, por puro mistério, sobre as toalhas brancas e os copos de vinho ou água, entre casquinhas de pão e cinzeiros cheios que os garçons rapidamente esvaziavam para que nos sentíssemos limpos. E nos sentíamos.

Por trás do que acontecia, eu redescobria magias sem susto algum. E de repente me sentia protegido, você sabe como: a vida toda, esses pedacinhos desconexos, se armavam de outro jeito, fazendo sentido. Nada de mal me aconteceria, tinha certeza, enquanto estivesse dentro do campo magnético daquela outra pessoa. Os olhos da outra pessoa me olhavam e me reconheciam como outra pessoa, e suavemente faziam perguntas, investigavam terrenos: ah você não come açúcar, ah você não bebe uísque, ah você é do signo de Libra. Traçando esboços, os dois. Tateando traços difusos, vagas promessas.

Nunca mais sair do centro daquele espaço para as duras ruas anônimas. Nunca mais sair daquele colo quente que é ter uma face para outra pessoa que também tem uma face para você, no meio da tralha desimportante e sem rosto de cada dia atravancando o coração. Mas no quarto, quinto dia, um trecho obsessivo do conto de Clarice Lispector “Tentação” na cabeça estonteada de encanto: “Mas ambos estavam comprometidos. Ele, com sua natureza aprisionada. Ela, com sua infância impossível”. Cito de memória, não sei se correto. Fala no encontro de uma menina ruiva, sentada num degrau às três da tarde, com um cão basset também ruivo, que passa acorrentado. Ele pára. Os dois se olham. Cintilam, prometidos. A dona o puxa. Ele se vai. E nada acontece.

De mais a mais, eu não queria. Seria preciso forjar climas, insinuar convites, servir vinhos, acender velas, fazer caras. Para talvez ouvir não. A não ser que soprasse tanto vento que velejasse por si. Não velejou. Além disso, sem perceber, eu estava dentro da aprendizagem solitária do não-pedir. Só compreendi dias depois, quando um amigo me falou — descuidado, também — em pequenas epifanias. Miudinhas, quase pífias revelações de Deus feito jóias encravadas no dia-a-dia.

Era isso – aquela outra vida, inesperadamente misturada à minha, olhando a minha opaca vida com os mesmos olhos atentos com que eu a olhava: uma pequena epifania. Em seguida vieram o tempo, a distância, a poeira soprando. Mas eu trouxe de lá a memória de qualquer coisa macia que tem me alimentado nestes dias seguintes de ausência e fome. Sobretudo à noite, aos domingos. Recuperei um jeito de fumar olhando para trás das janelas, vendo o que ninguém veria.

Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então. E quase paro de sentir fome.


Caio Fernando Abreu

(Publicado no jornal “O Estado de S. Paulo”, 22/04/1986)




segunda-feira, 26 de julho de 2010

26 de Julho: Um dia pra chamar de meu



Um depois o outro...
Um depois do outro...
E assim seguem os dias...
Dias corridos, de ócio, de insônia ou sonolência, de rir e dias de chorar...

Mas tem um dia que é meu... esse é meu.

Eu adoro aniversário é o ponto da mandala onde renovamos o ciclo, é quando todos aqueles que realmente importam extravasam com intensidade o que sentem por você, carinho, amor amizade...

Eu sempre reúno os amigos, esses seres especiais que nos identificamos e elegemos pra ficar bem próximos como uma segunda família, um clã seleto e forte. E eles surgem com abraços e beijos amorosos dizendo e desejando todas aquelas palavras cheias de energia e significado: Felicidade, saúde, prosperidade, paz... eu os recebo de braços abertos e recebo suas sentenças de uma vida plena e abençoada.


Bom e tem a família, não esse que agente recolhe, reúne ao longo do tempo, não, tem a família onde nascemos, aquela que nos acolheu quando éramos vulneráveis, frágeis e inexperientes. Quando éramos carecas e banguelas sem nenhum poder de persuasão. Eles nos conduziram com amor, limites e paciência.

E no meu dia eles também se manifestam de forma mais expressiva, meus tios, tias e primos que moram longe ligam, mandam mensagens com aquelas mesmas palavrinhas gordinhas de tanto sentimento: Felicidade, saúde, prosperidade, paz... E minha avó trás um "anexo"que consiste sempre num recadinho de Jesus pra mim... Nesses momentos não importa que eu não seja mais careca, banguela e vulnerável... não importa! nesse dia eu volto a ser a garotinha deles... a primeira sobrinha, a primeira neta... e aquele mesmo amor e carinho se renovam nas palavrinhas.

E tem a minha Mamis, ela merece um parágrafo, ela merece tudo... Bom além de todas as características acima: ela cuidou e me amou todos os dias banguela, alegre, triste, rebelde e serena... ela é minha família duas vezes por que nasci dela e a escolhi como amiga...

No meu dia... ela redobra a ternura, carinho e amor, isso significa que nesse dia comerei muito! kkkkkkkkkkkkkk... é verdade. Ela sempre pergunta o que quero comer e passa o dia na cozinha fazendo quitutes... Me beija e diz as palavrinhas...

Chega o fim do dia... eu estou totalmente preenchida da dedicação dessas pessoas que eu estimo tanto... onde eu sei que posso ser só eu e isso basta... maquiada ou não... de bom-humor ou não... Basta ser eu e toda a minha complexibilidade... E no meu dia essas pessoas me lembram disso... desejando as palavrinhas e demonstrando: eu me importo com você.

Eu agradeço dizendo que vocês são as minhas pessoas, as que eu também me importo e que muitas vezes numa prece silenciosa desejo as palavrinhas...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O Reiki




Olá...

Bom nas minhas andanças por esse mundão...
enquanto experimento e vivo cuidadosamente cada momento...
Tenho me interessado pelo Reiki...
Tenho lido algumas coisas e ficado encantada!!!
Só como um aperitivo, vou postar abaixo os princípios do Reiki...
Pra mim é bom... Muito agradável...

SÓ POR HOJE, NÃO SE ABORREÇA.
SÓ POR HOJE, NÃO SE PREOCUPE.
AGRADEÇA SUAS BENÇÃOS, RESPEITE SEUS PAIS, MESTRES E OS MAIS IDOSOS.
SEJA HONESTO EM SEU TRABALHO.
RESPEITE, SEJA BONDOSO E GENTIL COM TODOS OS SERES VIVOS
.

E assim tenho tentado ser e agir... é simples... mas não tão fácil...

Desprender das situações que nos rodeiam e que as conjunturas se formem e dilssolvam á nossa frente serenamente...

Também deixar que os outros sejam o que são e ajam como querem sem que tenhamos a prepotência de querer mudá-los, moldá-los á nossa vontade...

Eu tenho tentado me desprender, ás vezes consigo, ás vezes não...

Mas tenho tentado... e a caminhada é boa...

domingo, 28 de março de 2010

Leveza... pra relaxar gente...

Gosto muito dessa música...

e essa versão ficou linda...

aproveitem, relaxem, despreocupem-se, suavizem-se...

tudo vem e vai...
o importante é vc...
concentre-se em você...
na sua vivência poderosa...
um abraço...




Tranqüilo

Thalma de Freitas

Composição: Kassin

Tranqüila
Levo a vida tranqüila
Não tenho medo do mundo
Não vou me preocupar
Tranqüila
Levo a vida tranqüila
Não tenho medo da morte
Não vou me preocupar
Que passe por mim a doença
Que passe por mim a pobreza
Que passe por mim a maldade, a mentira e a falta de crença
Que passe por mim olho grande
Que passe por mim a má sorte
Que passe por mim a inveja, a discórdia e a ignorância
Tranqüila
Levo a vida tranqüila
Que me passe
A doença que me passe
A pobreza que me passe
A maldade que me passe
Olho grande que me passe
A má sorte que me passe
A inveja que me passe
A tristeza da guerra
Tranqüila
Levo a vida tranqüila

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A Angústia



Sensação sufocante...
Que já dura dias...
Vou convivendo com ela...
Quero liberá-la... deixá-la ir... suavemente.
Mas não sei como...
Ela continua aqui... como uma mão que aperta meu coração...
Como acredito que somos nós que co-criamos tudo,
percebo que a verdade é que provavelmente eu é que esteja segurando esse sentimento.
Quero liberá-lo... mas, por algum motivo, não quero totalmente, não com toda aminha vontade...
Quando o desejo pleno, completo e perfeito se fizer... então essa angústia irá...
se dissolverá...
suavemente...