domingo, 30 de março de 2014

Caleidoscópio




Queria voltar a escrever pra desafogar o peito... Queria ser leve e desenvolver aquela fluidez impassível cotidiana que parece tão simples para algumas pessoas...


Mas a verdade é que melancólica, em tudo me envolvo. Por mais que me esforce por forjar escudos e produzir carcaças, pra me defender da vida e de todos... Meu peito se abre.


E se há misérias eu sinto, e se há maldades eu sinto, e se é injusto eu sinto. E se você quer tripudiar e ser sádico aproveite, eu sinto!


E se não há como ser diferente tudo bem. Aceito e reúno meus cacos, eles sempre se refazem num novo mosaico. E o que você vê? Qual forma? Bela, suave, pateta, gentil, triste, profunda... Gire mais uma vez o cilindro, qual a minha forma?


Até quando um todo pode se quebrar? Quanto mais e mais forte é preciso pra que se fragmente de vez em pedaços mínimos. Pra que o vento leve? Pra que seja leve? Pra que não sinta mais?